segunda-feira, 16 de abril de 2012

E vejo cores em vocês

São as formas que nos deu a forma.
E da nossa captou-se a cor.
Se difundiu e refletiu a cor da alma,
A cor do sorriso.

Tenho sorriso rosa e ele laranja.
E por baixo da minha franja tem-se o olhar.

Olhares para ele!

O meu vinho e os dele, vermelho.
Que nem refletido no espelho,
Nem a luz do luar,
A cor do amar reproduz.

Somos cores primarias!
Que de enrosco em camas paletadas,
Transformamo-nos em todas as cores do mundo!

Somos as cores alegres de qualquer gode.

Seriámos nós  aquela energia em cor pra sempre?
Uma eternidade, certamente,  na noite colorida.
Um arco- íris tão real que seguramos por dentro.
E em plena felicidade explodimos cores de sentimentos,
E sentimento em cores.

Eram cores.
São as cores!
As melhores de você,
As  melhores de mim.
As melhores  que se enleiam de nós.
E o destino registra,
Amores, cores, formas em retrato minimalista.

domingo, 18 de março de 2012

Ainda (ou sempre)

Eu quero o gosto,
O cheiro,
O movimento.
Quero o sal do seu suor na língua da minha boca.

Quero a boca!
Quero a língua !

O cravar do dente,
O eriçar do pelo.

O  toque com a saliva.

O corpo hirto.
Mútuo.

Ranjo dentes com Sol a pino.
De lembranças me animo,
Com fantasias incremento.

Meu corpo se torce.
Desejo impele.
Coração propele.

Respiração se ofega.
 - E minha cara não nega!

Mordo os lábios,
Bato a caneta,
Respiro fundo,
A hora passa.

( mas não passa)

Do céu azul se faz o negro.
Tempestade anuncia.
O calor refresca,
Mas não o de dentro.

- E esse arde!

E a chuva inunda e de prazeres ainda mais
transbordo.

A noite chega.
E ainda de inquieto desejo, na minha cama me deito.
Só de calcinha ascendo um cigarro e ilumino o escuro quarto com a brasa e a luz da lua que entra com o vento pela porta aberta da sacada .
O vento entra e sobe enroscado por minhas pernas,
Se torce pelo meu corpo.
Você se aproveita e diz -me então que este  vento é você.
E então este vento também não refresca. Não venta  nem se mescla.
Só deixa o corpo em festa.

Mas você, cadê?

Então permito ao vento, que pelas pernas subiu.
Me molhou, e minhas mãos pelo meio delas se encontrou.

O cigarro se acabou.
O Desejo se acalmou
Mas de você, permaneceu.

A noite se foi.
O dia chegou.
E esse desejo, que ainda não morreu?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Reticências

Bendita seja as madrugadas,
De janelas abertas e enluaradas.
Bendita seja sua cama,
Nós sem roupa e nem pijama.
Ao som do jazz
Cachorro na bera da cama,
Em nossos pés.


Bendita seja a penumbra daquelas noites,
Que me saciavam iluminando partes do seu corpo.
E se formavam em minha saudade
Em quebra cabeça, imagens de você.


Bendito seja nossos sorrisos.
Alguns subentendidos.

Nossos olhares trocados
Embora cansados,
Dedicados.

Eu tinha sua atenção!

Ao despertar tinha seus olhos em meu rosto,
Atentos para minha boca.
Seus braços e pernas em meu corpo envolto.

Tinha você quase me sufocando, me querendo, me adorando.
E quase até de olhos cerrados,
Você me olhava, dizia que me queria, me beijava.
Apertava minhas pernas, 
Deixava os seus dedos marcado nelas,
Me convencia,
Então com força minhas pernas você abria, 
Sua lingua me lambia,
E uma de suas mãos pela minha barriga subia.
Ela apertava meus seios, 
E então eu perdia o freio, 
Só queria te ter!

Me inspirou sempre o desejo.
Entrelaçando entre seus dedos,
Os meus cabelos.
Era de enlouquecer.

Bendito seja os lençóis desarrumados,
Com manchas de suor.

Nosso corpo molhado,
Deitados lado a lado 
Adormecíamos abraçados
Laçando um nó.

Seu corpo nu ainda junto ao meu, 
Me fazia te ter também nos sonhos.
Me acordava pela manhã risonho,
E se convidava a me dar o banho.

Me abraçava gostoso.
Me jogava na cama de novo.
Atrasados, mas querendo sempre mais um pouco 
Desejando juntos, ficar ali, inconhos.

Me beijava com a boca de café
Abria o portão,
E como quem se ajoelhava aos meus pés, pelo olhar dizia " volte esta noite ou não tem perdão."

Onde foram parar os sonhos.
Onde foram parar nossa doce essência.
Será que ela se perdeu entre os lençóis bagunçados?

Eu deixei a cama desarrumada antes de sair,
Para que nas noites dos desencontros, você pudesse me encontrar em cada vinco que fizemos,
e sorrir!
E quem sabe, encontrar no seu sorriso um pedaço de mim, dentro de você.
Algo que te fizesse feliz.
Algo que no meio daquela bagunça, desse ordem á sua vida.
Que te desse sentido.
Mas talvez fosse uma esperança que eu havia nutrido.

A volta pra casa, por essas noites, ficou sem graça.
Só tem sentido quando você abre o portão
E então me abraça.

Mas não se tem mais o abraço.
Não se chega mais ao portão.
É que o espaço já não está mais vago,
Se tem agora a lembrança  da despedida que aperta o coração.

Mas eu estarei em cada canto da sua casa.
Eu estarei em cada pedaço que beijei de você.

O outro lado da cama vazio, jamais significará nunca preenchido.
O chuveiro desligado, não significa meu corpo nunca molhado.
O filme pela metade,  não significa um filme perdido.
O que passamos juntos, jamais será só meu ou seu.

Um tempo, não significa para sempre.

Um período,
Um instante,
Uma pausa.

Reticências
( ...)

Necessária para uma vírgula ou ponto final.

Não poder, jamais será não querer.
Ter você, jamais será te esquecer.













































segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Não se vai embora quem ainda não chegou

E se um dia eu for embora,
sair por aquela porta e desaparecer?
Você me deixará ir embora?
Ou ficará entre eu e a porta,
O que você iria fazer?

Preciso arriscar, preciso partir.
Preciso saber o que eu fiz um dia você sentir.
Mas será que vai dizer o que sente?
Pra mim e pra toda  aquela gente,
Ou será que vai omitir.


Vai virar pro lado e me deixar partir.


Correria até a porta,
me puxaria de volta pra falar dos seus planos,
Ou me olharia de longe dizendo apenas que foi um engano?

O que me diria se por aquela porta eu fosse?

Diria que estava errado, ou me pediria "Deixe eu ser seu namorado"
"vem comigo dormir".

"Estava pensando por quanto tempo ando procurando alguém que me faça sorrir.
Tem espaço na cama, sempre cabe mais um pra janta e sua escova de dente pode por ali!

Você não pode sair pela porta da frente, se pela porta de trás foi a que você sempre se deu por presente.

Procurei por você em noites claras, disfarcei da outra amada o quanto eu queria te ter.
Te jurei baixinho e em segredo o quanto eu tinha medo, mas isso eu queria viver.
Eu escolhi a pessoa errada, pra mim ela não era nada,  como era pra você.
Sua cama me chamava,
E por noites daqui eu também te esperava.

E ainda como quero te ter.

O passado agora é ausente .
E recente agora só o que me pertence.
E o que me pertence é você.

Estarei a sua espera,
Não mais pela porta dos fundo ou pela janela.

Vem pra mim pela porta da frente,
Que uma história boa nós vamos fazer."

- Era justamente isso que queria saber?

" Passe por essa porta, mas dê meia volta.
Não se vai embora quem ainda não chegou.
Há muito tempo por aqui você já mora e por isso não é você quem está indo embora.
A nossa história, agora, apenas começou.
Na porta da frente já tem até tapete, em letras lindas e contentes: SEJA BEM VINDA, MEU AMOR"

sábado, 28 de janeiro de 2012

Entre a chuva e o vento é meu o seu pensamento

Cai a chuva lá fora,
E o frio que também faz agora, 
Leva meus pensamentos pelo vento para encontrar você.

Leva meus pensamentos para baixo de suas cobertas,
Leva meu desejo enroscar em nossas pernas,
Entre muitas coisas que eu queria fazer.

Tenho batendo quente no peito nossas lembranças,
Mas o vento, venta levando a esperança,
De uma noite com vento ou em qualquer tempo,
Nossas vontades em sua cama caber.

Tenho dentro de mim algumas vontades,
E o vento que bate, invade,
Levando minha boca a sua morder.

A chuva nem mesmo com o barulho,
Apaga da minha mente, o que por Deus eu juro,
Ainda me faz tremer.

Sussurros!

Sua mão conhecendo meu corpo,
Eu e você deixando um ao outro louco,
Como posso me esquecer?

O vento leva apenas o meu carinho,
Mas no pensamento permanece aqui quietinho,
Do que um dia irá acontecer.
















segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"if isn't you, who? if isn't now, when?"

(Eu que já chamava seu nome, sem nem ao menos saber quem era você.
Você que já me olhava quando olhei pra você) ...

Palavras inventei
Fiz frases e rimas e te entreguei
Quis saber quem era você
Mas fiquei a mercê. 

Pensei "Quem é você?"

Quem é você que jogava o meu jogo,
Que dizia que me queria pelo canto do olho
Que me deixava no afogo.

Quem é você que pelas noites, entre nós, me tratava com tanto carinho.
E eu desejava tanto os seus beijinhos,
Quando estávamos a sós.

Quem é você, que já sabia tanto de mim.
Sabia me tratar como menina, quando menina.
Sabia me tratar como mulher, quando mulher,
Só de um pouco me observar.

QUEM É VOCÊ  que me fez desejar?

Mas quem foi você que na madrugada que pensei ter seus beijos
Vi você cheio de desejo, por outra boca beijar?

Aquela boca não era minha
(Acho que confundiu o caminho.)

Pousou os lábios na boca errada.
Não que eu quisesse ser sua namorada,
Mas se deixou levar.

Aquela não era eu
Então pensei: "Será que um dia seu pensamento foi meu?"

Tive que ver suas mãos o corpo dela tocar.

Aquilo não condizia com nossos segredos
Com as nossas conversas baixinhas e sem medo.

Quem tentou se enganar?

Tive que disfarçar o segredo.
Esconder o meu desejo.
Meu sorriso guardar.

Deixar você pelos bares,
Com ela trocar outros olhares.
Tive que procurar por outros lares.
Repousar meu querer.

Quem é você que agora vejo sozinho,
procurando calor de outro ninho.
Querendo nossa história reaver.

Quem é você!?

Você que está em todo canto,
Nada santo.
Um tanto quanto.
Me diz, quem é você?

Quem é você que ainda quero.
Por quanto tempo te espero?
Você que não sei quem, sabe me dizer?

Que ainda quando fecho meus olhos
Quase sempre me incomodo
Com a vontade de ter.

Ébrios pensamentos,
Em você a todo momento.
Um sentimento querendo viver.

Quem é você que ainda me procura,
Com convites por ventura,
Sempre uma tortura,
Que faz meu corpo tremer.


Porque agora a você eu resisto.
Não sei por quanto tempo, mas insisto.
Mas sei que um dia, de insistir, vou esquecer.

Pois se não você, me diz quem?
Se com você é que quero muito além.

Preciso saber quem é você!

Se não agora ou ainda hoje,
Me diz quando e onde se esconde.
Que eu vou te conhecer.

Dizer "olá, muito prazer"
Mas se me der licença
De mim  você nunca irá esquecer!





(...)

Preciso saber
Quem é você!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Atena menina

Quando vi, ela estava ali.
Eu nunca havia visto aqueles olhares antes. Em olhos castanhos, arredondados e grandes!
Seus lábios rosados, pintados à óleo.
Seu cabelo, pelo vento, voava leve como felicidade Clandestina de Clarice.
Aliás, o conjunto, era pura poesia.
Entre o sorriso e a foto
Surpreendente noto:
Era tudo pra mim!
A boca macia, o cabelo moreno cumprido, a coxa grossa!

Como me provocava a menina.

Em meio a multidão não se intimidava
e entre minhas pernas sua mão colocava
E fazia minha imaginação espairecer.

Eu mal a conhecia a menina, mas aos poucos ela invadia o meu ser.

Sua pureza me encantava, seus elogios me deslumbrava,
e me falava como uma bossa nova entoada.

Poesias, contos e fantasias
Quantos sonhos sonhados, beijos dados ou pelos cantos roubados.

Quanta  respiração ofegante, que minha doce amante, me tirava num instante.

Mãos em minhas pernas as minhas nos seios dela.

Onde e com quem quer que fosse, tácito
A menina me encantava para em beijos sentir o seu doce hálito.

Noites sonhando com o seu corpo.
Noites sonhando em te dar prazer.
Noites sonhando como era pouco,
Tudo o que eu ainda queria te fazer.

Mas o que te fiz não deve ter sido o suficiente
Pelas minhas rimas não te deixo mais contente
Seus sorrisos, como era,  já não são mais pra mim.


Minha façanha, estranha.
Ou talvez já perdi a manha,
de ter sua atenção pra mim voltada.
A deixei mal acostumada.

Mimei feito uma princesa
e num pedido de paciência
Num momento ausente
dei lugar a outra gente

Não se tem mais poemas pela madrugada
Apenas a debandada de mim.


Não posso ocupar o lugar do outro
Mas o outro precisa saber que tem nas mãos o ouro.

Um bibelô delicado
Lindo, frágil e adornado.
Bibelô raro, que por  muitas vezes, precisa de reparo!

Doce menina
Que saudade me atina.

Queria sair correndo e te propor casamento
Mesmo com um apertado orçamento
Te faria um juramento:

Felicidade aos seus pés
Poesia aos seus ouvidos
E pela manhã, na chaleira, café.

Bem cedinho, te despir devagarinho e te amar
Ao som do Jobim cantando baixinho "na corda da viola todo mundo vai sambar".

Mas preciso de disciplina
E sei que pra sempre vai me amar
Mesmo que sua vida decida outro rumo tomar.

Menina precisa virar mulher
e ter experiências.
Seguir seus caminhos
tomar suas providências

Conhecer outros e escolher
em que braços quer conforto.
Quem será seu verdadeiro porto .
Quem te fará dormir no anoitecer.

Enquanto isso meu olhares te acompanharão de longe.
No meu peito, você para sempre se esconde,
E quando quiser entrará sem bater.

Sabe sempre o que fazer pra deixar minha perna bamba,
Sabe bem me levar no samba,
Sabe bem me enlouquecer.

Preciso sair de cena
Mas sei que um dia vai me procurar
Seja pra vida inteira ou pra uma noite apenas
em uma noite serena sob o luar , naturalmente, a gente se amar.
Minha Atena menina,
Pra sempre e desde sempre
Minha.