segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Faz de conta

Faz de conta que não juramos amores.
Nem na alegria, nem na tristeza.
Nem na saúde e nem na doença.
Nem ao menos todos os dias da nossa vida.
Faz de conta que nosso coração não tem dono.
No dedo não tem aliança.

Faz de conta que não herdamos nem doamos sobrenome.

Faz de conta que não temos mais que voltar para aquela mesma cama.
Pros mesmos hábitos.
Pro mesmo hálito dos mesmos beijos.

Faz de conta que não temos que pegar nas mãos que já não nos sente.
Dar o abraço que quase já não mais conforta.
Nem olhar pra quem não nos vê.

Faz de conta.

Faz de conta que hoje sou sua.
Que não precisamos jurar amores

Faz de conta que apenas nos queremos

Faz de conta que neste dia, o dia nasceu só pra gente.
Que o céu está em festa.
O som do vento é uma seresta.

Faz de conta que posso deitar no seu colo, no seu peito, em seus braços.
Que posso sentir seu cheiro.
E que isso acalma até minha'lma me fazendo dormir e sonhar com você.

Faz de conta que eu danço toda prosa enquanto você me canta uma Bossa canção.
Giro leve como uma bailarina no dedilhar do seu violão.
Faz de conta que eu subo em cima de você.
Fecho meus olhos.
Passo meu nariz em sua barba por fazer.

Faz de conta que você fecha seus olhos.
Que você me sente.
Então o seu coração dispara.
E nosso corpo esquenta.

Faz de conta que posso ter o que desejo
Então lhe dou um beijo.

Faz de conta que podemos fazer qualquer coisa.

Faz de conta que não é um pecado
Apenas um desejo devotado

Faça de conta.

É só um faz de conta.