terça-feira, 15 de março de 2011

De um lado para o outro


Roço o meu pé sobre o outro,

Viro de uma lado para o outro,

Quase durmo por pouco.

A hora no rádio relógio só muda,

O quarto vira clausura,

A insônia tortura.

Queria mais da cultura,

Poder ser do Auguste Rodin a escultura,

De Pablo Picasso a pintura.

Sobre uma tinta à óleo descansar,

Sua atenção roubar,

Por meu sono velar,

A noite ao meu lado passar,

Me guiar.

Faça-me carinho,

E ao meu ladinho,

Conte-me sobre Luas,

Cante-me sobre as Estrelas,

Estória de príncipe e princesa,

De um povo e sua alteza.

Mas tenha paciência comigo,

Meu fiel amigo,

Cada noite é uma tristeza.

Ainda roço o meu pé sobre o outro,

Ainda giro meu corpo de um lado para o outro,

E por mais alguns minutos isso lhe deixaria afoito.

Mas não é em vão o seu esforço,

Meus olhos se fecham aos poucos,

E o sono logo vem.

Então você beija o meu rosto,

E me diz: Durma bem, meu bem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário